sexta-feira, 31 de julho de 2009

As janelas quebradas da alma?

0comentários

 

 

 

Acho fascinante isso. Como a imagem pode fascinar ao ponto de fazer com que uma pessoa deixe para trás o que era para seguir a imagem.
Ou de como um milhão de palavras escritas servem apenas para remeter a uma imagem.
O ser humano é imagético. O que nos prende não são os textos, são as imagens que eles nos remetem.
A imagem fascina.
Como no caso daquela guria, putz, esqueci o nome da criatura... Qual era?
Era uma vizinha minha.
Um dia, em uma loja de cd's, uma imagem a fisgou. Uma mulher. Um olhar de mulher. Como o que poucas mulheres no mundo tem. A primeira vez que vi um desses foi o olhar de uma mulher da década de 50 posando em uma foto. Olhar de quem é dono de si... E, sinceramente, a opinião dos outros não importa. Que se explodam.
E aquela menina, de 13/14 anos, que estava naquela fase que se dizia já "madura" (adoro isso nessas piás.. juram que são muito adultas, se esforçam para provar isso, já reparou? saem com maquiagem escondidas da mãe... entram em boate, depois o tio que vai preso por molestar menores)... Foi fisgada por aquele olhar.
Queria tê-lo. Queria impô-lo ao mundo. De hoje em diante cuido de mim. E ninguém tem nada com isso.
É o mundo das imagens e das pessoas por elas fisgadas. As pessoas acreditam nas imagens. Elas são consumíveis como tudo neste mundo. É o capitalismo. Se sua mãe estiver inteira, a venda. O ebay também aceita vender almas e vidas... O que não é mercadoria hoje em dia?
Aquela expressão.. E ela mudou totalmente de atitude. As roupas mudaram... Estava consumindo a imagem. Tudo por um olhar determinado como aquele... Por uma sensação de ser segura de si como aquela guria da foto...
Até onde a sugestão de uma imagem é capaz de levar?
Eu lembro dela hesitando com as mãos...
E do olhar de iluminação... Deus havia falado com ela..
Era só uma imagem.. Nada além disso...
Ia ser bom se nem tudo tivesse mais de um significado.
Até hoje quero saber se ela ao menos chegou a ouvir o cd...

sábado, 25 de julho de 2009

Da urbis e seus habitantes

0comentários

 

 

O mundo é composto em sua maioria por idiotas e fanáticos ou é só impressão minha?

Ignorância. É disso que parece se constituir o mundo.

Deixemos o mundo das abstrações. A concretude é essencial. Concreto com o qual bater a cabeça sucessivamente.

Se for só impressão, preciso de um foco novo para ver as coisas...
E baixar meus padrões.

Creio que as pessoas devem possuir um motivo racional para baterem sucessivamente com suas cabecinhas na parede. Devem ter. Não é possível. Ou para atirarem as chances que tem durante a vida no lixo...

Não é burrice por si só. Estou cansando da burrice por si só. Definitivamente, há uma vontade dentro da maioria dos seres humanos para serem imbecis. “Dá preguiça pensar”.

Cansa ler livros. Deus nos livre de usar nossos neurônios.

A cultura de massa consegue me fascinar com seu poder. Todos eles seguem sempre  e sempre para o mesmo caminho. Como um bando de sardinhas. Ou um bando de vacas. É a manada. Vamos segui-la! E olhe, aquele lá é igual a mim! Não pode ser  só coincidência! Não é porque eu pego um modelo pronto de indivíduo que a minha televisão me deu e o absorvo como uma esponja. Não! É porque Deus quer me dizer algo! Só pode ser um sinal!

Estou decepcionado. Isso é fato. Se há um amigo imaginário acima de mim... Eu enjooei dessa piada de mau gosto chamada humanidade. Dá para jogar o raio agora?
Sim, porque, se eu ver mais uma vaca, não vou pensar no churrasco que dá de fazer com ela... Vou pensar em pegar uma metralhadora... E isso pode me trazer muitos problemas se eu estiver no meio da urbis..

terça-feira, 23 de junho de 2009

Detalhes

1 comment

Ela me deu aquele olhar culpado antes de descer e eu ri. Sim, íamos para o mesmo lugar. E havia o mesmo olhar culpado nos dois… Vamos para o bar mais próximo da universidade. Entretanto, quero me deter nesse olhar. Não na bebida, não no bar frequentado diariamente por dezenas de estudantes que crêem que a experiência acadêmica não está completa sem a ida ao Rosa!

Sim! E ela me olhou com aquele olhar culpado de quem gasta dinheiro público com bobagem. Bobagem nada! Transporte até a faixa. Mas a coisa se perverte. Tudo se perverte. Afinal, o barzinho é logo ali, antes da parada final. O micro ia ter que fazer o trajeto até a estrada mesmo…

É a brecha. A brecha que nos dão sempre para sermos piores com pouca ou alguma culpa. Mas ela me olhou e me deu o olhar culpado e cúmplice. Errei. Sei que estou errando,mas.. todo mundo faz isso.

Se os figurões fazem pior, porque eu não? A caminhada é longa. Mas existe o olhar culpado. O rosa está no meio do caminho. É a brecha na lei. Dentro da universidade não é permitida bebida alcoólica, porém, do lado de fora… Te deixamos lá.

E é assim que parece que é, de cima para baixo. Se eles roubam milhões, desviam do caminho quando não deviam… E sempre falam que é a brecha…A brecha na lei, a brecha na estrada. A culpa é sempre do outro. Eu não posso ser melhor.

Dá trabalho ser melhor, não é?

A brecha. Não há escolha. Há a brecha. Enquanto tentarmos tapá-las e não evitá-las, a parada do micro mais saudável vai continuar sendo o rosa.

De qualquer forma, mesmo o redentor sendo um péssimo vinho, é bom discutir o que há de errado no país e no mundo lá no rosa.

Imagem Night Bar por Tood Neumann

sábado, 13 de junho de 2009

Flores para uma flor

8comentários

 

 

 

 

E ontem foi dia dos namorados. O mundo se tornou um lugar mais colorido depois disso. Bonito mesmo. As donas das floriculturas são sempre os seres mais alegres com a proximidade desta data.
As namoradas esperam nas portas de suas casas, nas ruas dos canaletes os namorados. Sempre tem aquela esperança, vai vir presente...Ai dele que não dê o tal do presente.
Estava eu na rua, com os coturnos quentes (abriu um sol do caralho ontem) e vi uma figura bem estranha. A tal da guria ia cair no choro. Ela olhava o celular, e a maquiagem parecia que ia borrar a qualquer momento. Ela olhava e reolhava. E nada. Eu sentei-me em um canto para observar o espetáculo. Como elas se prestam eu não sei. Mas se prestam. Esperava, tinha uma caixinha nas mãos. Provável presente.
Ela era bonita. Cabelo comprido, toda de rosinha e parecia ser bem novinha. Algo entre uns 15 anos. Toda arrumadinha, uma boneca. E aguardava. Ela recebe uma ligação e espera. Mais meia hora tomando sol. Como não tenho muito o que fazer da vida, fiquei por ali... Só para ver no que dava.
Quando eu vejo a criatura que me aparece... Eu caio no riso. É gordo, daqueles que são uma escultura de carne ambulante, e estranho. E ela o abraça. E se perde no meio da banha. Miudinha do jeito que era...  Ele tinha um ramalhete de flores,  só para ela. E um sorriso, atrasei. Perdoa eu amor? E ela acariciou o rosto dele e o beijou no rosto. Acho que pude ouvir um eu te amo vindo dela. E como minha visão é boa, vi um sorriso do lado dele.
Eu olhei no relógio. Quando cheguei era 14:30. Agora eram 17:00. Ela feliz. Ele feliz também. Ela ficou duas horas e meia o esperando.
Realmente, creio que uma floricultura seja um ótimo negócio.

 

Sinfonia do Caos Blak Magik is Designed by productive dreams for smashing magazine Bloggerized by Ipiet © 2008