terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A outra




As pessoas gostam de se enganar. Minha mãe, por sua vez, disse que tudo está sob controle. E não está. São os tiques que lhes entregam. Mulheres mostram-se como seguras boa parte do tempo. Isso é fantástico. Enganam bem. Uma boa parte, que não tem convívio diário. A observação constante mostra os problemas, a falta de segurança e a necessidade de estabilidade que dizem não precisar, porém que necessitam para viver. Mas eu não irei dizer-lhes isso. Por que diria?
Minto também. Importo-me. Com meia dúzia de coisas. Sim, aquela minha pilha de cd's que foi tirada do lugar me deixou irritado. Também não gosto de lhe ver fuçando em minha carteira, meu amor. É pessoal. Não existem números de outras mulheres ali. Não adianta procurar. Se for lhe trair, terei o número dela em minha mente, afinal, ela vai ser interessante o suficiente para isso.
Acho graça, dessa tua cara me olhando. Sim, já te falei, se for para trair, eu trairei. É minha liberdade. No momento, sou teu. Beijo teu corpo, como se fosses deusa. Deusa... Direi-te isso e irás sorrir. Um sorriso branco e largo. Adoro esse teu corpo, teu sexo.
Estou mentindo nesse momento que és incapaz de me satisfazer por completo. É questão minha, enquanto não me satisfazeres por completo, estou à salvo de ti. Não gosto de algemas. E tu falas dessas malditas toda hora. Por que essa mania de compromisso. Se estou aqui, isto basta. Não basta?
Queres uma carta de amor? Posso fazê-lo. É algo muito fácil. Meia dúzia de linhas sem sentido algum, com palavras bonitas que te farão suspirar. Faz parte do nosso caso. Tens de atender às minhas manias, no entanto. Não gostas, dizes que tens timidez disso. E depois olhas em minha carteira para ver o telefone da outra. Essa outra mulher te dá tanto medo. É ridículo. És bem crescida. O suficiente para saber, tens teus encantos. E eu não estou com alguém sem motivo algum.
Fale logo de uma vez, o que faço para provar-te o que sinto por ti neste momento? É momentâneo esse nosso sentimento e sabes bem disso. Então, não o desgaste com bobagens. Sim? Faça-o durar o máximo possível. Eu também tento. Agora, deixe-me beijar tua boca, tenho sede dela a todo momento. E, quando fazes essa cara de contrafeita comigo, tornas impossível este beijo que mata minha sede de ti.

3 comentários:

Anônimo disse...

Uma sinceridade dolorida.
Bjitos!

Helena on 21 de fevereiro de 2009 às 11:58 disse...

Gostei muito desse, Plu!

Erico AS on 17 de junho de 2009 às 17:31 disse...

No cerne, toda relação so depende mesmo eh disso: interesse mutuo... Enquanto esse existir, o resto continua de pé...
Texto legal, but very creep...

 

Sinfonia do Caos Blak Magik is Designed by productive dreams for smashing magazine Bloggerized by Ipiet © 2008