quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Gotas de Sangue



A espada escorrega de minhas mãos. De repente, ela ficou tão pesada... De repente, o fardo de ser um cavalheiro me cansa.Ser o rapaz bondoso, que luta pelo bem, pela justiça... Até onde vale a pena? Qual a recompensa... Meu sangue escorre pela lâmina. Meus cabelos negros estão sujos de lama, pois caí no chão várias vezes. Não os corto há tanto tempo. Se eu cortar... Será uma mostra de minha honra perdida. Erguer a bandeira de minha nação, lutar pelos interesses de meu pai. Todas as coisas que devo fazer e faço sempre sem questionar. Qual é a motivação? As gotas de sangue continuam a cair da ponta da lâmina. Será alguém se incomodará se eu parar para descansar agora? Estou um pouco cansado. Só isso. Eu quero desaparecer um pouco. Sair das vistas de todos. E me reparar dos males, dessas feridas que logo cicatrizarão. Pena que as cicatrizes não somem. E eu sou forçado a encará-las todas as noites antes de dormir. Como um cão vadio, eu ando por aí, sem esperar nada demais dos outros, sem forças de mostrar os dentes e me defender quando sou chutado. Esta espada, serve para cortar cabeças alheias. E eu não a uso, quando posso evitar, por pena destas cabeças. Sou fraco, admito. Não consigo. Não consigo. Eu solto um brado antes de todas as batalhas. Corto cabeças alheias..imaginando que são as de meus inimigos. Quem são meus inimigos? Um sorriso inocente, uma falta de senso comum, de saber onde se encontra, uma pessoa perdida. Esse é meu inimigo. É a pessoa que encontro sempre a me encarar no espelho. Esses cabelos negros longos.. Quantas vezes não quiz cortá-los? Esses olhos que me encaram...Quantas vezes naõ quiz cegá-los? É demais para mim. Enxergar a culpa nestes olhos. Enxergar a mágoa que causo a mim mesmo. Se eu fosse outro... quem sabe. Neste momento, só resta a lama para mim, que suja minha armadura e meus cabelos. Sois o campeão de tua família é o que me dizem, deves reprentar tua casa, é o que me dizem. E eu lhes digo: Com todo o orgulho representar-vos-ei. Sim.. Esta farsa continua. Eu finjo que sou algo que não sou. Tento ser frio até onde posso. Tento não ser aquele ser impulsivo. A quem me condeno toda hora de ser.Julgo-me culpado de tantas coisas. Menos de ser feliz. Por quê isso é tão dificil para mim? Eu sempre vejo um porém, para poder ser infeliz sem culpa. E sempre arranjo motivos para ser infeliz. O mundo parece girar agora. Será que serei absolvido de meus pecados? Esta ferida é mortal. Desejo descansar um pouco. Cravo a espada no solo. Me apoio nela. Só um pouco mais de tempo. Perdoe-me pelo egoísmo, meu mestre, mas quero viver um pouco mais. Existem coisas que não fiz ainda. Algumas verdades que ainda não disse. Uma liberdade que ainda não tive. É como se eu estivesse me afogando. Com um gosto doce, meio enferrujado até. Será meu sangue? Eu sinto a grama e não a lama. Vejo o verde dos pastos, não o marrom da sujeira que se mistura com o sangue dos campos de batalha. Não serei perdoado de meus pecados. Bem sei. Implorei demais mais tempo. Não é este meu lugar, não é mesmo? Vejo fazerem o sinal da cruz para mim. Meu tempo acabou, enfim. Meu mestre, porque sempre me aprisionas? Sou perigoso demais para ti? É o que me dizes sempre. Sim minha mestra, eu me calarei mais uma vez. Se é o que me pedes. Tentarei me calar. Tentarei deixar com que passem impunes. Sejas machucada à vontade. Gostas disto não é? Pena que o teu cavaleiro de armadura nunca vêm lhe salvar. E como ele não aparece, eu venho à tona, combato em tem nome, para perecer no fim em tuas mãos....

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